DTM e Dor Orofacial
Fatores Contribuintes
Os fatores que contribuem para a DTM e Dor Orofacial são de três tipos.
Segue um exemplo de cada tipo.
01 PREDISPONENTES
São fatores que aumentam o risco do paciente desenvolver uma disfunção articular. Pacientes com hiperlassidão de ligamentos por exemplo, têm maior risco de lesionar suas articulações. E a hiperlassidão pode ser em uma ou várias articulações, o que inclui a ATM. Além deste, há muitos outros fatores que aumentam o risco do desenvolvimento de uma disfunção temporomandibular, como fatores anatômicos, comportamentais como hábitos parafuncionais e até mesmo doenças como artrites.
02 INICIADORES
São fatores que desencadeiam uma disfunção de ATM. Geralmente são relacionados a traumatismos, como quedas e batidas por exemplo. Microtraumas como hábitos parafuncionais (bruxismo ou roer unhas) também podem ser fatores desencadeadores.
03 PERPETUANTES
São fatores que mantém ou perpetuam a disfunção temporomandibular, embora tratamentos tenham sido realizados. O Bruxismo pode perpetuar uma DTM de origem traumática. Outros fatores como roer unhas também podem estar associados.
Fatores de risco em crianças
Atenção deve ser dada a hábitos parafuncionais apresentados pelas crianças.
Os principais são:
- roer unhas e objetos
- apertar ou ranger os dentes
- posturas inadequadas (apoiar o rosto com a mão)
ATENÇÃO!!
Dores de cabeça abruptas, fortes, que despertem a criança durante o sono podem ter um significado mais urgente.
Roer unhas e outros objetos
As crianças dificilmente apresentam dor, que quando está presente, é leve e passageira.
O que pode alarmar os pais são ruídos ou estalos em articulações da face (ATM) que podem ocorrer durante a mastigação ou aberturas extremas de boca. Da mesma forma, os pais se alarmam com os ruídos produzidos durante os episódios de bruxismo noturno nas crianças. O ruído produzido não tem um significado maior, não significando que o paciente terá danos permanentes ou fará bruxismo na fase adulta.
As crianças são excelentes observadores. Portanto, não raro, em função de um comportamento aprendido com os adultos, a crianças passam a queixar-se de dores de cabeça inexistentes por exemplo. Portanto, o fato de um adulto que conviva com a criança queixar-se frequentemente de alguma dor é o suficiente para que esta seja uma queixa também da criança.
Em que pese o exposto, sim, criança pode ter DTM. Essa disfunção geralmente tem como causa fatores de sobrecarga ao sistema mastigatório como hábito de roer unhas ou bruxismo, principalmente se associados a fatores como ansiedade.
O problema não é propriamente o que o paciente rói (unha, lápis, caneta, etc), mas sim a posição de instabilidade em que a mandíbula se encontra durante este hábito parafuncional. Veja na foto a laterotrusão (movimento para anterior combinado com movimento lateral) à esquerda. Ruídos em articulações temporomandibulares podem ocorrer em função deste hábito.
A conduta terapeutica dependerá da idade da criança. Placas de Bruxismo por exemplo devem ser consideradas com cautela, em função do momento de crescimento das arcadas dentárias.